Nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que quase R$ 27 bilhões serão repassados aos governos estaduais em decorrência das perdas de arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os pagamentos serão realizados por meio de abatimento nas parcelas que os governo estaduais devem quitar à União em decorrência da dívida. Em entrevista ao Jornal Jovem Pan, Daniel Moreti, advogado especializado no direito tributário, falou sobre o tema e considerou que o problema decorre sobre a redução do ICMS sobre os combustíveis, que ocorreu em 2022. Segundo Daniel, cada Estado tem as suas particularidades quanto a arrecadação, mas em São Paulo, não houve a perda arrecadatória em relação ao ICMS no tamanho em que os economistas previam. “São Paulo projetou, de início, a perda de R$ 1 bilhão por mês e conseguiu uma liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) para que ele pudesse, já durante o ano de 2022, abater essas perdas da dívida com o governo federal. O desenho que nós temos no Estado de São Paulo é que o governo deixou de pagar dívida junto à União, além do valor que ele teria que receber de volta por conta das perdas. Ou seja, não houve as perdas no tamanho que se pretendia”, pontuou. Em seguida, o advogado lembrou que 12 Estados brasileiros que tiveram perdas em arrecadação em 2022, aumentaram as alíquotas em 2023. “Ou seja, daqui a pouco diversos Estados terão novas alíquotas de ICMS. Em operações comuns, que normalmente são de 18%, alguns Estados elevaram para até 21%”, afirmou.
Questionado sobre o possível rombo fiscal, o especialista enxergou o acordo realizado por Haddad como “muito positivo”. Em relação a reforma tributária, Daniel ressaltou ainda que há um cenário “maduro” para a aprovação de uma reforma tributária “como nunca houve antes”. “Muito embora se fale em reforma tributária desde sempre, nunca se discutiu tanto e tão tecnicamente. Politicamente, o cenário nunca esteve tão bem preparado”, disse após pontuar a importância do governo federal em nomear Bernard Appy como secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda. “É muito possível que ela venha a acontecer nesse ano, mas há um fator anterior a qualquer discussão de reforma: a necessidade de contenção e redução dos gastos públicos”, analisou. De acordo com o advogado, não é possível que haja um ajuste de arrecadação que seja suficiente caso não seja realizado um rearranjo nas despesas. “Se aprovada, a reforma vai tratar sobre compensação e ajustes de arrecadação, mas não podemos perder de vista que o receio que os Estados têm em perder sua arrecadação é o principal fator que fez com que não fosse aprovada uma reforma tributária”, analisou.
Nesta semana, o ministro da Fazenda anunciou um acordo com governadores dos Estados do país para compensar as perdas de arrecadação do ICMS. No ano passado, a gestão Bolsonaro sancionou uma lei que passou a classificar itens como diesel, gasolina, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo como essenciais. Através da decisão, passou a ser fixado um teto para a cobrança dos tributos estaduais sobre produtos e serviços. O objetivo da ação era diminuir os preços dos combustíveis. Mesmo sem um valor definido, os Estados passaram a pedir R$ 45 bilhões para a União – valor que caiu posteriormente para R$ 37 bilhões e foi fechado em R$ 26,9 bilhões. “Chegamos a um número que, em um acordo. Quando é um acordo, nunca é satisfatório para ninguém. Conta que foi feita com base em parâmetros técnicos. Tecnicamente, o trabalho foi intenso”, declarou Haddad a jornalistas após o anúncio. Até o momento, R$ 9 bilhões já foram compensados aos Estados já que houve governos que conseguiram liminar para abater as perdas com os pagamentos das dívidas com a União. São Paulo foi um dos Estados.
Fonte: Jovem PAN
Brasil Homem acusado de matar jovem na frente do pai em assalto é preso na Bahia após fugir de SP
Rio de Janeiro Polícia prende ‘Mentor de Barricadas’
Maranhão COP 30 debate gestão dos manguezais amazônicos, Maranhão concentra parte das maiores áreas
Política Deputado Wellington se reúne com motoristas e cobradores com salários atrasados e 230 que foram demitidos
Empresas Sem recepção e 100% digital, saiba como funcionam os hotéis autônomos que chegaram ao Brasil
Policia Homem tem orelha arrancada durante discussão por cobrança de dívida Mín. 24° Máx. 44°
Mín. 24° Máx. 36°
Chuvas esparsasMín. 22° Máx. 35°
Chuva