O primeiro-ministro da França, Sébastian Lecornu, renunciou nesta segunda-feira (6) após menos de um mês no cargo. A informação foi confirmada pelo Palácio do Eliseu em comunicado. O presidente francês, Emmanuel Macron, já aceitou a renúncia.
Lecornu apresentou uma carta de demissão poucas horas após o gabinete Macron ter anunciado uma nova composição de governo, com uma reformulação de ministros para trabalharem sob Lecornu.
O premiê atribuiu sua renúncia à intransigência dos partidos políticos do país, que segundo ele colocaram seus interesses à frente dos da França.
“A composição do governo não foi tranquila e despertou certos apetites partidários — às vezes, de forma bastante legítima, ligados à próxima eleição presidencial. (...) Eu estava pronto para ceder, mas cada partido político queria que o outro adotasse todo o seu programa”, disse ele em um discurso no pátio do Palácio de Matignon, sede do gabinete do primeiro-ministro.
Macron havia nomeado Lecornu, um ex-ministro da Defesa, como premiê em 9 de setembro. Ele substituiu François Bayrou, que renunciou o cargo de premiê após nove meses de gestão e após perder voto de confiança no Parlamento. Lecornu foi o quinto premiê do segundo mandato de Macron, que começou em 2022.
A renúncia de Lecornu deve agravar ainda mais a crise política na França e a situação do governo Macron. O presidente agora precisará buscar recompor o governo francês, o que pode ocorrer nomeando um novo premiê ou convocando novas eleições —há a possibilidade remota de Macron renunciar. Macron não se pronunciou de forma oficial, até a última atualização desta reportagem, sobre os próximos passos.
A instabilidade no governo francês se deve, principalmente, a uma grande crise econômica no país: nenhum outro país da União Europeia (UE) está tão endividado em termos absolutos quanto a França.
Autoridades francesas dos diversos espectros políticos reagiram à renúncia de Lecornu, e entre os pedidos estão a dissolução do Parlamento, o impeachment de Macron e explicações do presidente.
Lecornu, de 39 anos, foi o ministro da Defesa mais jovem da história francesa e idealizador de um grande reforço militar até 2030, impulsionado pela guerra da Rússia na Ucrânia.
Ex-conservador que se juntou ao movimento centrista de Macron em 2017, Lecornu ocupou cargos em governos locais, territórios ultramarinos e durante o "grande debate" dos coletes amarelos de Macron, onde ajudou a controlar a revolta popular por meio do diálogo.
Os legisladores da França derrubaram François Bayrou e seu governo em um voto de confiança na última segunda-feira (8), em meio a uma nova crise na segunda maior economia da Europa.
Após a renúncia de Lecornu, a líder do partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), Marine Le Pen, disse que eleições legislativas antecipadas são "absolutamente necessárias" neste momento. “Eu conclamo o presidente da República a dissolver a Assembleia Nacional (...) chegamos ao fim da piada, a farsa já durou tempo demais”, disse Le Pen à TV francesa "BFM".
Já o líder partido de extrema esquerda França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, disse que solicitará ao Parlamento francês o voto de uma moção de impeachment de Macron.
“Após a renúncia de Sébastien Lecornu, pedimos a consideração imediata da moção apresentada por 104 deputados para o impeachment de Emmanuel Macron”, escreveram Mélenchon e outros líderes do partido França Insubmissa na rede social X.
O ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, disse que Macron tem que dar explicações sobre a situação política do país.
Após aceitar a renúncia de Lecornu, Macron enfrenta três opções para o futuro de seu governo:
A primeira é nomear um novo primeiro-ministro. Uma figura de seu próprio campo político parece improvável, e Macron tem se mostrado relutante em nomear alguém da esquerda, já que esses grupos querem enfraquecer sua duramente conquistada reforma da previdência. Um nome de inclinação esquerdista também irritaria a direita francesa, que exige mais ênfase em segurança pública, imigração e austeridade.
Macron poderia dissolver o Parlamento e convocar novas eleições legislativas —algo que ele afirmou não querer fazer—, medida que poderia resultar em um governo dominado pela Reunião Nacional (RN), que vem crescendo ao longo dos anos e poderia conquistar a maioria no Parlamento.
Sua última opção — e uma que ele tem repetidamente rejeitado — seria renunciar. Não está claro quem venceria uma eleição presidencial, mas as pesquisas indicam que o RN teria boas chances de vitória.
Fonte: G1
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